[Verse 1: Ró]
Sonhei que um dia havia paz, não a guerra
Gente grita gente berra, corta a serra
A catana, vítimas sem propaganda
Atitudes desumanas, não ouviram Dalai Lama
É só cortar a garganta, devastar a multidão
Gente insana, estão na gincana
Mais parece o GTA, quem manda aqui é o Alá
Crença, religião, fecundação, uma nação de gente
Com ganância, porque o interesse é sempre monetário
Enquanto muda o clima planetário, é o cenário
Mas o povo vai sonhando, as catacumbas desta banca rota
Gente oca, o necessário é evitado, Recusado, Compactado
E posto numa estante Preocupam-se com
Coisas supérfluas e não ligam ás mais importantes
Com tanto implante de regras e conceitos
Somos sujeitos a deixar de acreditar
Mas o povo é forte e não se deixa formatar
[Verse 2: B'ta F]
Desde que tenho sonhos, tenho em mim o mundo inteiro
Proponho que só sujes o lenço, com menções do verdadeiro
Não componho com proveito, mas imponho o respeito
Tenso e denso o pensamento, só exponho o que vem do peito
Close the gate, para quem não, dispenso todo o contrafeito
Contra factos, ainda tento, não me resumas a um consenso
Só penso mas não falo, dicionário insuficiente
Sumamente, não há palavras, nem termos para o meu conceito
Convivo com seitas, minorias desta doutrina
Dou trinta tiros no sujeito cuja palavra for cilada
Sem nada a perder, mergulho no verde da fada, que me inclina
E se não fores colega de tal, provavelmente não me és nada
Oponente do sistema, coloco nentes cinema
Inspirado ameaço a caneta, e faço-a escrever um poema
Sou rei no que idealizo, tenho mais do que aquilo que disponho
Mas nem é meu, o chão que piso, tudo que tenho são sonhos
[Verse 3: B'ta F]
Venho do griso, não te espantes com a minha frieza, meu
Às vezes tento dropar um choro, mas o coração morreu
Não penso na cor do friso, passo e vivo o momento
Quando sento, não me imagino a correr a passo lento
E nem tento, sou bandido, sinto em mim a corrente
Estou bem rente ao perigo, tento ir e ficar para sempre
Epah sente, o que te digo, mente no fundo está ciente
Estupefaciente contigo? O preço que paga o oponente
Neste sistema de doentes, querem um B’ta mudo
Surdo para burros, não me iludo, estudo a vida num outro mundo
“És livre, B’ta, acredita, só não podes dizer tudo”
É simples deduzo, que te integres mas eu não mudo
Sou maluco, das vidas más, mas sigo sem olhar para trás
Não jogo com o baralho todo, mas fodo-te, eu tenho o Ás
Deixem sonhar o rapaz. Mente basta! Eu nunca ganho
Olho o espelho e apercebo que sonhos são tudo o que tenho