REVELMinha droga é a melhor do mercado
Encho rodas de rua, deixo shows lotados
(Chefe do Crime Perfeito)
Filipe Ret talvez seja o rapper nacional mais odiado e amado ao mesmo tempo, algo parecido com Drake na gringa. Creio que ambos sofrem do mesmo problema: os assuntos de suas rimas. Eles falam geralmente de uma posição debochada e de uma perspectiva que a mulherada consegue se identificar mais, que é a da inveja.
A produção é impecável, Mão Lee tem maior parte das produções que são bastante modernas e claramente influenciada pelo trap e cloud, mas os outros produtores também não decepcionam. As letras são boas, bem estruturadas e acompanhadas de uma levada sensacional, mas não há nada extraordinário. É um ótimo som, facilmente é algo que tocaria nas rádios.
Muitos vão odiar, mas sem muitos argumentos sólidos para dizer que o álbum é realmente ruim. Com certeza não é um álbum tradicional de rap, tem um apelo comercial grande e muita influência do funk melody. Uma coisa é certa, Ret tem mantido certa consistência nos seus trabalhos, o ódio realmente aqui parece ser fruto da inveja alheia.
Top 5 Destaques: Chefe do Crime Perfeito, Coração Vagabundo, Glória Para Nós, Dutumob II, Não Existe Poesia Sem Pecado
RodeoLooking in the mirror like, "One day, Jacques, you gon' be the man"
One skinny tatted nigga, blunt flicker
Young La Flame hot spitter, who can't hold his liquor, yeah
(Wasted)
Não era fã do Travis e "Days Before Rodeo" não me chamou atenção, mas esse álbum as coisas mudaram. Rodeo é bem pensando do começo ao fim e Travis ganhou mais um fã no processo, provavelmente não fui o único a ser conquistado.
A produção de cara é sensacional, toda a influência de trap e cloud, usada repetidamente por 95% do rap nas paradas mais populares, é muito diferente e original. Muitas batidas mudam ao longo da música, algumas completamente de uma parte para outra. Liricamente nada especial, mas refrões e pontes são viciantes. Até mesmo participações que esperava que fossem decepcionar - Young Thug, Chief Keef e Swae Lee - não deixam a desejar.
Prometiam a melhor estréia desde o good kid do Kendrick, vamos com calma nas comparações. Creio que é uma estréia extremamente sólida e no momento não consigo lembrar nenhuma outra tão boa mesmo, vamos ver qual será a repercussão desse lançamento. Por enquanto, Rodeo já tá no meu Top 10 do ano fácil.
Top 5 Destaques: Pornography, Oh My Dis Side, 3500, Piss On Your Grave, Antidote, Ok Alright (Bônus)
90059When you stand still you could witness it all
Picture the vision from the fly on the wall
(Fly on the Wall)
Esse era um dos álbuns que eu mais esperava, desde o ano passado com os primeiros singles. Não estou nenhum pouco decepcionado, minhas expectativas foi superadas. Jay Rock mantém TDE como uma das melhores coisas que o rap tem atualmente.
A produção escorre a marca da West Coast, algo como Dre e Snoop nos anos 90, ao mesmo tempo que traz elementos mais modernos, marcados principalmente por projetos como Section.80 ou Control System. As letras são bem introspectivas e cheias de tiradas interessantes, sendo possível destacar os excelentes refrões. Sem contar a excelente química com a trupe toda da TDE e com Busta Rhymes que possui uma participação cirúrgica.
Com a iniciativa de liberar o álbum através de um determinado número de pré-vendas, temos um álbum diferente do que muitos poderiam esperar do Rock ao mesmo tempo que ele compõe mais um para a discografia eclética e harmoniosa da TDE. Jay Rock vem "matando" MC's em participações, agora veio fazer o mesmo através de um projeto.
Top 5 Destaques: Easy Bake, Gumbo, Telegram, Fly On The Wall, The Message
NegrosMinha vestimenta é preta pra saldar o luto
(Jogo Sujo)
Estou impressionado com a qualidade dos artistas que estão surgindo do Rio de Janeiro, sei que por um tempo ignorei o que havia lá, mas após romper essa barreira tem ocorrido uma surpresa após a outra. "Negros" é um dos projetos que eu mais gostei esse ano.
Beni é monstro nas rimas, ótimas punchlines e levadas variadas, e nas produções, principalmente trap e o uso do 808'. O projeto é bem atual em diversos aspectos, principalmente a temática, afinal o orgulho negro e a luta contra o racismo sempre é relevante - interessante que há muitas similaridades com "Black Hystori" do CyHi. Outro ponto que achei bacana foi ele usar trechos de filmes para introduzir ou finalizar sons e também como usou alguns samples para fazer papel de refrões.
Estou mais atento do que nunca para os artistas do KTT, junto com o Nectar, Start e outros, podemos dizer que temos um nova geração no RJ extremamente original e única. Beni com certeza é destaque, espero que ganhe atenção nos próximos anos, pois há muito potencial.
Top 6 Destaques: Getting to My Head, Discriminação, Sinais (Larissa's Riquelme), Jogo Sujo, Peso, Malcolm X
GO:OD AMI know that life is a bitch, I know that life is a bitch
I thought we’d put her in a cab by now
(Perfect Circle/God Speed)
Mac sempre me chamou atenção com suas mixtapes e projetos, pois todos possuem qualidade. O problema é que nunca fica marcado, sempre há outros outros artistas são mais atrativos. Com esse creio que não será diferente.
As produções são muito boas, combinam muito bem com as letras e são bem atuais - novamente temos o trap com algum espaço no álbum. A ideia geral do álbum é bem bacana, Mac basicamente descarrega suas emoções nas rimas falando sobre seu problema com drogas e o sucesso na juventude, e, dessa forma, temos momentos animados e momentos mais depressivos. Tudo de forma bem orgânica. As participações, ou amigos do Mac, podem surpreender alguns, até porque uma parte não creditada aparece em skits, como é o caso do Schoolboy Q.
Creio que vale a pena conferir e continuar acompanhando os trabalhos do Mac Miller, a questão de cor ou comparação com Eminem não veem a cabeça quando escuto ele, até porque a qualidade é inegável.
Top 5 Destaques: Brand Name, Two Matches, Weekend, 100 Grandkids, ROS.